11 de fevereiro de 2015

Passeio do Jari - Alter do Chão (PA)

No segundo dia em Alter do Chão nosso passeio era para o Canal do Jari. Tínhamos combinado para às 9h com o Guia Moisés, mas choveu durante a noite e de manhã acordou ainda com um pouco de chuva, de modo que acabamos atrasando um pouco a partida para esperar a chuva dar uma amenizada.

Para esse passeio usamos um barco desses tipo Voadeira, que são barcos de alumínio que navegam com muita rapidez e agilidade pelas águas. Esse tipo de barco é usado para diversos tipos de passeios. Todos possuem toldo para aplacar o sol e a maioria dos guias leva junto uma caixa térmica com água.

Saímos de Alter pelas 10h com o tempo ainda meio fechado mas sem chuva. O plano inicial era seguir direto para o Canal do Jari e depois almoçar na Praia da Ponta de Pedra e encerrar o dia na Ponta do Cururu. No entanto, o tempo começou e fechar e como viria mais chuva acabamos parando na Ponta de Pedra para fazer tempo. Como dessa vez a chuva veio bem intensa acabamos optando por inverter o passeio e almoçar um pouco mais cedo, ali pela Ponta de Pedra mesmo (enquanto chovia) quando o tempo melhorasse seguiríamos  para o Canal do Jari.

A Ponta de Pedra é uma comunidade pequena localizada em uma bela praia com uma Ponta com umas Pedras (como o nome já induz). A Praia possui diversos restaurantes (todos semelhantes entre si) que atendem aos turistas que chegam de barco durante os passeios ou apenas para passar o dia na Praia. A Comunidade é pequena e além dos restaurantes há uma pousada, algumas casas e só. Há estradas para chegar até lá de carro, mas os turistas geralmente chegam de barco, saindo de Alter.

Em um dos restaurantes pedimos e almoçamos um delicioso Tambaqui, um dos peixes típicos da região. Depois do almoço o tempo melhorou e seguimos para o Canal do Jari. Durante essa travessia de repente as águas ficaram turvas e barrentas. O Guia nos informou que aquela eram as águas do Rio Amazonas, que não se misturavam com as do Rio Tapajós (e cujo interessante encontro veríamos em Santarém, no último dia da viagem).

Logo adentramos nos Canal do Jari e a primeira parada foi em um local que é um verdadeiro berçário de aves! Para quem curte fazer o avistamento de pássaros esse poderá ser o ponto Alto. Fizemos uma caminhada de cerca de 1h apenas observando pássaros, árvores a e flora local. O Guia que tinha muito conhecimento ia mostrando e explicando. Vimos todo tipo de aves, coloridas, grandes, pequenas e ouvimos cantos de tantas outras que nem conseguimos ver. Infelizmente não tenho fotos das aves porque minha humilde máquina não é boa para isso.



Após esse passeio, retornamos para o barco e andamos mais um pouco pelo canal para parar em uma propriedade de um Sr. ribeirinho muito simpático que recebe os turistas, conta histórias e permite que passeiem pela sua propriedade. O Srzinho (que infelizmente esqueci o nome) é uma figura única e extremamente interessante. Uma pessoa simples e humilde que vive em sua casa e leva seu dia a dia regido pela natureza e pelos ciclos das águas do rios da região.



Caminhamos pela propriedade do Sr. que na cheia fica completamente alagada e tivemos mais uma vez a oportunidade de ver a exuberância da flora, aprendemos mais sobre plantas! Caminhamos por entre as árvores em caminhos que quando está alagado, os peixes bois passam nadando. É incrível imaginar isso! Nesse local, além de pássaros é possível ver macaquinho e também as Preguiças!
Andamos bastante olhando para as copas das árvores em busca delas até que uma hora, quando já estávamos quase desistindo o Guia nos aponta uma preguiça lá no alto, bem distante se mexendo vagarosamente entre as folhas! Não dava para ver muito, mas nos demos por satisfeitas, mas o nosso Guia não... ele sabia que poderíamos ver melhor e seguiu procurando!
Até que uma hora, olhamos para um arbusto e ali estava uma preguiça linda.
Ela olhou para mim fechou os olhos, abriu os olhos e sorriu! Me apaixonei! É o bichinho mais simpático que existe! Com esse encontro ganhamos nosso dia. Mas ainda seguimos caminhando mais um pouco e vimos mais uns macaquinhos e mais duas preguiças bem no topo das árvores, entre as folhagens. Depois encerramos essa parte do passeio e retornamos ao barco para a terceira parte e final que era o Pôr do Sol na Ponta do Cururu.



Quando estávamos saindo do Canal do Jari vimos um boto e paramos o barco para observar e logo vimos dezenas deles. Estavam por todos os lados. É muito difícil fotografar porque eles são rápidos, então não tenho nenhuma foto decente. Mas foi muito legal.

Em seguida fomos em direção à Ponta do Cururu, uma praia já mais próxima de Alter do Chão, onde é possível tomar um excelente banho de rio enquanto se observa o rotineiro e tranquillo por do sol.  O céu estava lindo e as fotos ficaram muito legais! Tomamos um banho de rio e curtimos a pela ponta de praia esperando o sol se por e depois seguimos para Alter para encerrar esse passeio.



Veja aqui mais fotos desse passeio!


Informações extras e Recomendações Gerais
para o Passeio pelo Canal do Jari

Blusa - de preferência para blusas leves e de fácil secagem, já que é normal molhar um pouco durante esses passeios em voadeiras.
Tênis - apesar de que para entrar na lancha e fazer os deslocamentos você provavelmente estará usando chinelo, nesse passeio levar um calçado fechado (tênis) é fortemente recomendável. Na parada no Canal do Jari descemos em um local para fazer observação de pássaros  e não havia trilhas. Caminhávamos em meio às plantas que iam se raspando pelas pernas (algumas espinhosas). Muitas vezes mal víamos onde estávamos pisando de modo que o uso de tênis se torna muito recomendável por uma questão de conforto e segurança.
Calça-bermuda - para esse passeio o uso de uma calça-bermuda (aquelas que a parte de baixo da calça pode ser tirada fora) é muito útil, nas duas paradas do passeio. Veja nas foto o estado que ficou o tênis e a parte de baixo da calça. Sem a proteção das pernas eu provavelmente teria me arranhado bastante!
Protetor Solar – Recomendado em todos os passeios.
Chapéu – Se ele não ficar muito firme na cabeça não use durante os deslocamentos nas voadeiras, porque ele pode voar.  Já em terra ele será sempre útil em dias de sol.
Prendedor de cabelo -  Se você tem bastante cabelo sugerimos levar um prendedor para usar durante os deslocamentos  nas voadeiras. Se você não prender o cabelo voará bastante!
Casaco de vento – É um item que pode estar sempre em sua mochila em todos os passeios. O movimento rápido das voadeiras sempre pode dar uma sensação de vento (e frio) principalmente em dias não tão quentes.
Água – se o seu guia já não estiver levando para disponibilizar
Lanche  - Caso você seja do tipo esfomeado.

Alguns valores de referência
Custo médio do Passeio ao Jari: cerca de R$350 a voadeira (que leva até 4 pessoas). Isso deve ser negociado diretamente com os barqueiros.
Custo médio do Almoço na Ponta de Pedra: cerca de R$60 o peixe para duas pessoas
Taxa: O Sr. da propriedade do Jari cobra uma taxa de R$15 por pessoa, que deve ser paga lá, em dinheiro.

Nosso Guia (deste e de todos demais passeios)
Moisés Sardinha: (93) 99175.8441
Recomendo fortemente esse guia, pela sua preocupação com os turistas, pelo seu AMPLO conhecimento de tudo da região, pela sua simpatia e descrição. Ele procura entender o perfil dos turistas para mostrar mostrar aquilo que mais vai interessar. Negociamos bons valores com ele e ficamos extramente satisfeitas com tudo!

Observação: Vale comentar que esse passeio tem essa configuração nessa época do ano, quando o Rio ainda não encheu.  Quando o Rio sobre muito do que vimos fica simplesmente debaixo d’água e pelo que nos informaram esse passeio não é realizado durante  a cheia.

4 de fevereiro de 2015

Alter do Chão (PA) - Informações


Relato da Viagem


Depois de muitas horas de viagem por fim atravessamos o país e chegamos à vila de Alter do Chão, no Pará. Esse seria o destino base para todos os passeios que faríamos nessas férias. Nessa viagem não fui só minha fiel escudeira é minha mãe, ótima companheira de viagens!

Talvez você esteja se perguntando "Mas porque diabos foram para essa Alter do Chão? Que lugar é esse? Não tinha um destino interessante mais próximo?"

Então... apenas para situar, Alter do Chão é um destino que está sendo descoberto tanto por brasileiros como por estrangeiros. É uma vila, na margem do Rio Tapajós que possui uma praia que foi considerada pelo Jornal The Guardian como "a mais bela do Brasil". E a praia é mesmo bonita, mas eu não consideraria a mais bela, mas esse título tem atraído cada vez mais turistas.

Enfim, fomos para Alter, não só pela beleza da praia, mas pelas diversas opções de passeios interessantes para serem realizados nas proximidades.

Chegamos na Pousada às 4h da manhã, por isso a primeira atividade foi: dormir! Mas logo que acordamos e abrimos a varanda da nossa pousada nos demos de cara com a convidativa paisagem!

Vista da Pousada Praias Belas

Nesse primeiro dia não tínhamos nada programado. O plano era caminhar pela Vila, fazer um reconhecimento, se informar sobre os passeios e simplesmente aproveitar a praia da Ilha do Amor.

A principal atração de Alter do Chão é sem dúvida a Ilha do Amor, bela praia que fica em frente à vila e que na verdade não é uma ilha, é apenas uma ponta de areia. É com certeza um passeio imperdível. Não tem como ir até Alter e não ir até a "ilha". E foi isso que fizemos logo de manhã.
Pegamos o barquinho (Catraia) e nos instalamos em um dos restaurantes e nos jogamos nas águas doces, limpas, quentes do Rio Tapajós.

Restaurantes à beira da Praia

Nosso almoço foi um Tucunaré assado, que deu muito bem para nós duas. Incrivelmente não sobrou muito além da cabeça e espinhas.
De tarde voltamos para Alter, visitamos uns artesanatos e acertamos com o barqueiro Moisés o passeio do dia seguinte, para o Canal do Jari.
Jantamos umas tapiocas e encerramos o dia cedo já que a noite anterior tinha sido muito mal dormida (e pouco dormida).


Confere só mais fotos desse dia!



Informações práticas para quem quer ir para Alter do Chão


Acesso: O aeroporto mais próximo fica em Santarém, a cerca de 35km. Uma corrida de táxi do aeroporto até a Alter fica de R$80 a R$100. Há ônibus de Santarém para Alter do Chão, mas eles não passam no aeroporto, então para quem chega voando a melhor opção é pegar um táxi até Alter.

Estrutura: A estrutura  da vila tem apenas o básico, restaurante, igreja farmácia, mercado, pousadas, agências e artesanatos.

Banco: Há um Terminal do Banco do Brasil que fica dentro do Mercado do Mingote (na praça), mas ele não muitas vezes fica sem dinheiro ou comunicação. Há também um Caixa 24h que fica na farmácia primavera, na rua que dá acesso à vila. O caixa 24h normalmente funciona, mas aconselhamos levar uma boa quantia em dinheiro, caso haja pane nele. Se houver a necessidade de usar um banco de verdade (não caixa eletrônico) só em Santarém mesmo.

Internet: Na praça é possível conectar no Wifi Gratuito NavegaPará que funciona relativamente bem. Na verdade a internet faz com que a praça seja um ponto de encontro das pessoas. Durante o dia ou à noite é comum ver as pessoas na praça conectadas no celular, ipad e até notebooks mesmo. O local é bastante seguro.

Quando visitar: Alter é um bom destino para qualquer ocasião do ano, porque cada ciclo gera uma vila com diferentes paisagens e possibilidades de passeios.
Quando o rio está cheio: Abril, Maio e Junho
Quando o rio está baixo: Outubro, Novembro e Dezembro
Meio termo: Janeiro, Fevereiro, Março, Julho e Agosto - Boa época para quem quer aproveitar um pouco de tudo, sem muita gente.
Sairé: Setembro - Festival local que é o pico de visitações. Muitas festas, agito e muita, muita gente invade a Vila. Exite ir durante o Sairé se você quer conhecer uma Alter mais calma.

Hospedagem: Há diversas opções de pousadas e apenas 2 hotéis em Alter. Nós ficamos na ótima Pousada Praias Belas, junto à praça e com uma bela sacada de frente para a Ilha do Amor. A localização era ótima porque ficamos sempre acompanhando o movimento dos barcos, das pessoas, com uma vista maravilhosa, mas de noite é ruim porque como está do lado da praça o barulho dos bares e restaurantes (eventualmente com música alta nos finais de semana). Mas outro ponto extremamente positivo é que como a internet fica na praça, na maior parte do tempo conseguíamos pegar internet na pousada (barbadinha!)
Quem quer mais sossego é legal buscar um local um pouco mais afastado da praça principal. Uma mais acessível e com boa localização (perto da praia, perto do centro, mas não na praça) é o Hostel Pousada Tapajós.

Alimentação: Para quem quer provar o prato típico tacacá uma opção recomendada é na praça em uma das bancas que fica embaixo da árvore. Para tapiocas, as tapiocas do Quiosque da Tapioca são ótimas, vale experimentar O Quiosque (laranja e verde) fica de frente para a Ilha do Amor, no canteiro à direita da praça. Para quem quer provar os caldos uma ótima opção é o Estação dos Caldos, subindo a rua da igreja, na primeira esquina (à direita), em frente ao artesanato. Outra pedida meio diferente é o Açaí com Tapioca, um delicioso fica subindo a rua da igreja e dobrando à esquerda na primeira quadra. É um local verde. A lanchonete que fica em frente também é boa para lanches mais genéricos.
Os restaurantes na praça são mais turísticos e todos servem muitos peixes (tucunaré, tambaqui, surubim, pirarucu) um pouco mais barato que na Ilha do Amor. O prato fica na faixa de R$50 a R$ 60 para duas pessoas (na Ilha do Amor é um pouco mais caro).
Quem busca um restaurante mais econômico para comer um peixe muito bom vá no Espaço da Vovó (fica na rua que passa na parte de cima da praça). O local é bem simples e tem um ótimo custo benefício. Por fim, quem quiser almoçar em um restaurante com uma bela paisagem e um ótimo ambiente vale ir comer um peixe com molho de camarão no Restaurante que fica ao lado da Pousada Praias Belas, de frente para Ilha do Amor.


Sobre a Ilha do Amor


Como comentamos antes a principal atração de Alter do Chão é a Ilha do Amor, bela praia que fica em frente à vila e que na verdade não é uma ilha, é apenas uma ponta de areia. É com certeza um passeio imperdível. Não tem como ir até Alter e não ir até a "ilha".

Muitas pessoas de cidades próximas vem para Alter do Chão, não para fazer os passeios, mas simplesmente para aproveitar a bela ilha e suas águas doces, limpas, quentes e seguras. Famílias com crianças lotam o local nos finais de semana de tempo bom. A ilha do amor aumenta ou diminui conforme a estação de chuvas e quase chega a desaparecer durante a cheia do Rio Tapajós.

Para chegar até a Ilha é preciso atravessar o canal que separa a praia da vila. Existem dezenas de barquinho de madeira, as Catraias, que atravessam por R$5,00 (cada catraia leva até 4 pessoas) Pague diretamente para o barqueiro. A travessia acontece durante todo o dia saindo sempre da escadaria que desce para o rio, em frente à praça.

Na Ilha há diversos Restaurantes, todos com preço para "Turista".  Para sentar nas mesas com os pezinhos da água é preciso consumir algo nos restaurantes. Mas quem estiver em estado de economia, basta estender a canga na areia da praia e curtir a vontade.

Outra opção de "lazer" para quem curte trilhas é subir o alto do Morro da Piroca (é esse mesmo o nome!) que fica na Ilha. Veja mais informações sobre isso nos próximos posts.

27 de agosto de 2014

Passeio pela Ilha de Paquetá - RJ

Dias 23 de agosto eu e o Mario estivemos passeando pela Ilha de Paquetá a convite dos amigos Elias e Christine. Pegamos a barca no centro da cidade e depois de pouco mais de uma hora navegando pela baia da Guanabara desembarcamos na simpática Ilha de Paquetá.



Um dia é o suficiente para passear e conhecer a ilha. Quem quiser curtir melhor e com mais calma há algumas (poucas) opções de pousadas.

 Nos finais de semana a ilha fica repleta de turistas e há várias opções de lazer, passeios, restaurantes, praias (não banháveis). O lugar é extremamente agradável e rende boas fotos.

 Passeamos pela ilha, almoçamos no excelente restaurante Casa das Artes e depois do belo por do sol pegamos a barca e retornamos. Um ótimo passeio!

Confira as fotos

15 de abril de 2014

Trip pelos Cânions Gaúchos – RS

Dias 12 e 13 de Abril juntamos mais uma vez os Aventureiros do Acaso para uma Trip para Cambará do Sul para dar uma chegada nos Cânions.

No primeiro dia fomos até o Fortaleza, depois acampamos em um local selvagem indicado por uns amigos, mas um pouco distante dos cânions. No dia seguinte fomos até o Cânion Itaimbezinho. Foi a viagem mais turística e mais sem perrengue dos aventureiros, mas valeu a pena a paisagem dos cânions sempre vale a pena! É mesmo de tirar o fôlego!
E por sorte pegamos dias ótimos. Confira as fotos na galeria abaixo:

9 de janeiro de 2014

Reveillon na Pedra do Sino (Parnaso) – RJ

No Reveillon procurando um local tranquilo e distante da cidade eu e o Mario decidimos ir passar a virada do ano na Pedra do Sino, no Parque Nacional dos Aparados da Serra. Subimos de ônibus do Rio até Petrópolis e de lá fizemos a trilha até o Refúgio da Pedra do Sino, onde acampamos. 

No dia seguinte retornamos.

5 de março de 2013

Passeios por Alagoas

Depois de voltar da trip pelo litoral do Paraná, praticamente emendei uma viagem de uma semana em Alagoas para "acompanhar" minha irmã nas férias dela. Ficamos na Praia do Francês, ao sul de Maceió e a partir dali cada dia fizemos um passeio para diferentes lugares, todos no litoral de Alagoas. Confere abaixo os passeios, valores e fotinhos de cada um.



  •  Maragogi
O primeiro passeio que fizemos foi para a Praia de Maragogi para conhecer as piscinas naturais.
Esse foi o mar mais verde/azul que já estive em toda minha vida. Maragogi fica ao norte de Maceió, como a viagem até lá é meio longa, nos pegaram na pousada às 7h. Chegamos em Maragogi e no restaurante que iríamos almoçar já encomendamos o almoço (para a volta). Em seguida pegamos o barco e fomos em direção às piscinas naturais. Chegando lá dá para ficar só curtindo o verde/azul da água e vendo alguns peixinhos, ou dá para explorar melhor o local mergulhando com cilindro ou snorkel, que vale muitíssimo à pena! Dá tempo tranquilo para curtir o local, mergulhar e fazer fotos.
Recomendo fortemente levar uma máquina subaquática ou mesmo esses saquinhos que se coloca a máquina dentro para poder mergulhar. Vale a pena!
Depois de muito mar verde/azul, voltamos para o restaurante, almoçamos e ainda deu tempo de tirar uma soneca em umas espreguiçadeiras antes de pegarmos a van de volta para a pousada.
Por esse passeio pagamos R$85, incluindo transporte e barco. Almoço pago a parte (e caro).
O opcional de mergulho com cilindro saia por R$100 e para alugar as máscaras/snorkel R$15.




  • Dunas de Marapé
No segundo dia o passeio foi para as Dunas de Marapé, uma propriedade particular ao sul de Maceió. Às 9h, a van nos buscou na Pousada e fomos rumo à propriedade. Chegando lá se pega um barco para fazer uma rápida travessia em um rio e já se está na propriedade que tem um restaurante e muitas mesinhas.
No local há opcionais de fazer um passeio de barco para chegar até umas lamas medicinais (R$20), ou um passeio em pau de arara para ir até umas falésias (R$25) ou alugar uns quadriciclos. Escolhemos não fazer nada disso e fomos caminhar pela praia até a foz do rio. Lá na foz tinha uns caiaques. Curti a ideia de um passeio de caiaque e fomos nos informar. Era R$10 por pessoa para um passeio tranquilo pelo rio até o local onde ficavam as lamas medicinais.
Como duas madames sentamos eu e minha irmã nos caias que e não fizemos mais nada, apenas curtimos a paisagem e tirávamos fotos enquanto o cara fazia o trabalho de remar. A paisagem era linda, o passeio foi ótimo. Claro que a uma certa altura do passeio eu já estava ansiosa de não estar remando, mas aguentei firme e curti muito a paz do local. Durante o percurso fizemos uma parada para curtir a paisagem do alto de uma duna e outra para as tais lamas medicinais e para o banho!
Depois voltamos, almoçamos no buffet do local uma comida excelente e curtimos a praia de tarde.
O passeio saiu por R$70 incluindo transporte, acesso à propriedade e almoço.
O pelo passeio de caiaque pagamos R$10.



  • Foz do Rio São Francisco
Esse é um dos passeios que eu mais queria fazer. Sempre tive vontade de conhecer o Rio São Francisco e confesso que em algum momento da vida tenho planos de fazer dele uma viagem unica, da nascente à foz. Mas nessa ocasião a ideia era conhecer só as belezas da foz mesmo. Às 8h a van nos pegou na pousada e pegamos a estrada rumo ao sul, já que o rio faz a divisa natural dos estados de Alagoas e Sergipe.
O embarque acontece na simpática cidade de Piaçabuçu (onde foi filmado "Deus é Brasileiro") e a partir dali se vai de barco rumo à foz. O passeio pelo rio é lindo somente pela paisagem. Depois de cerca de 1h de barco chegamos à  uma região de dunas que se estende até a foz do rio. Ali desembarcamos e tiramos muitas fotos da belíssima paisagem com rio, mar, areia, lagoa e coqueiros. Tinha uma feirinha de artesanato montada especificamente para nós, os turistas! Tomamos banho de lagoa, compramos umas comidinhas na feira e fomos fazer um pique-nique na beira do rio. Ficamos lá por um tempo e depois regressamos a Piaçabuçu, onde nosso almoço nos esperava. O passeio é simples e bonito.
Pagamos R$70 pelo passeio incluindo transporte, barco e almoço.




  • Praia do Gunga
A praia do Gunga foi o último passeio que fizemos. Após nos pegar na pousada às 9h a van seguiu rumo a Barra de São Miguel onde quem quisesse podia pegar um barco para conhecer as piscinas naturais que tinham ali próximo e depois ide de barco mesmo até a praia do Gunga. Quem quisesse podia ir na van mesmo até a praia. Apesar do tempo ruim optei pelo barco e não me arrependi. Aquela água quente com peixinhos ao redor era tudo de bom, apesar de que por alguns minutos pegamos uma chuvarada no barco. Lá junto às piscinas naturais em um banco de areia tem um bar/barco, eles colocam as mesas  no banco de areia a e galera toma uma cerveja sentado dentro dágua "no meio do oceano". Bem divertido. Depois das piscinas seguimos de barco até a praia do Gunga. Lá tinha um opcional que era um passeio de buggy até umas falésias coloridas ali perto. Fui até as falésias e adorei demais o lugar, um dos mais bonitos que conheci nos últimos tempos. Me encantou totalmente! Se tivesse tempo poderia ter passado do dia inteiro subindo e descendo cada canto daquelas areias coloridas e descobrindo todos os caminhos possíveis. Lindo demais.
Pelo passeio do Gunga pagamos R$35 que incluiu apenas o transporte e a "entrada" no local.
O barco saiu R$25 e o buggy até às falésias R$30.


 
  • Outras dicas legais
Comidas:Se ficar hospedado na praia do Francês não deixe de ir na sorveteria MeM. Os sorteves artesanais estão entre os melhores que já comi. Eu me minha irmã batemos ponto lá todas as noites.
Para jantar a dica imperdível é a Panelinha Maria Isabel, no Restaurante Armazém Brasil. É um risoto de carne de sol coberto com queijo e banana. De comer ajoelhado! Custo/benefício excelente!

Hospedagem:
Nós ficamos hospedadas na Pousada Sempre Graciosa. Gostamos muito! O lugar é bem localizado, bonito, tem piscina, sala de jogos, wireless. Atendimento ótimo!
Uma opção para quem curte acampar é a Pousada e Camping Trilha do Mar. Apesar de um pouco afastado do centrinho do Francês o lugar é bonito, super bem cuidado, com acesso de 400m por trilha para chegar na praia. Camping que eu super recomendo!
Em breve mais informações desse camping em www.fuiacampar.com.br 

22 de fevereiro de 2013

Encerrando a viagem pelo Litoral do Paraná

Sexta-feira, amanheceu nublado, com vento e com chuva: um dia diferente de todos os outros das duas últimas duas semanas. Era a mudança de tempo e o final dessa viagem.

Era hora de dizer adeus ao Litoral Camping e ao Litoral do Paraná...



Desmontei o acampamento de manhã, organizei tudo e depois do almoço parti para Curitiba.

21 de fevereiro de 2013

Salto do não Parati

Ontem a ideia era conhecer o Salto do Parati que fica na cidade de Guaratuba, vizinha ao sul de Matinhos. De manhã peguei um bus para lá, atravessei o ferry e fui em busca de informações sobre como chegar até o Salto. Na internet as informações eram imprecisas, mas quando cheguei na cidade consegui descobrir o que eu precisava: os passeios saiam às 8h30 da manhã e era preciso ter um grupo de no mínimo 6 pessoas. O passeio era tipo um "pacotinho", pelo que me informaram não tinham formas alternativas de chegar no local, até pq o acesso se dá por barco. Como estava sozinha e já eram umas 10h, acabei não podendo fazer o passeio. Uma pena porque eu queria muito fazer e tinha boas indicações de ser um ótimo passeio.




Acabei ficando lá por Guaratuba, almocei lá, caminhei pela cidade e pela praia e depois, relativamente cedo, voltei para o camping até porque o tempo estava fechando e parecia que viria chuva da grossa.

A chuva acabou vindo mais no final do dia. Mas tudo bem... foi um dia mais tranquilo, combinando com o final da viagem.

20 de fevereiro de 2013

Caminhando sob o sol em Matinhos e Caiobá


Hoje o plano era conhecer a praia, ou melhor, todas as praias possíveis, a pé.  O camping que eu estou fica em Caiobá, que é uma das praias que pertence ao município de Matinhos. Peguei meu guia do litoral e caminhei pela Praia Grande até o Morro do Boi, contornei por trás dele e cheguei na praia mansa. 

Morro do Boi, dividindo a Praia Grande da Praia Mansa.

Adorei mas, caminhando mais para a esquerda, descobri mais uma prainha que me encantou totalmente, se chamava Praia Bela! Decidi que ficaria ali, pelo menos por um tempo.  Metodicamente estendi minha canga na areia e fiz aquilo que raramente faço quando estou viajando:  parei tudo, dei um mergulho e depois me deitei na minha canga, sem pensar em nada.  Quase como uma meditação. Olhava o siri com um buraco próximo e cuidava as poucas pessoas que passavam de um lado para o outro. Quando o sol ficava quente demais, simplesmente repetia o processo: caminhava até a água, mergulhava, me refrescava e voltava para minha canga. Simples assim. 

Momento total relax...

Olhando para a Ilha da Tartaruga
Não sei quanto tempo fiquei na praia. Não estava controlando o tempo.  Uma hora que me deu sede saí a caminhar pela Praia Mansa até o final dela. 

Praia Mansa
Não tinha quase ninguém na praia estava quente e uma paz reinava naquele lugar.  Cheguei até o final dela e voltei tudo, quando estava de novo na praia grande resolvi caminhar por essa até o final também onde fica o mirante. Mais uma vez o sol estava forte e quando cheguei lá na ponta parei em uma sombra, sentei e descansei. Do outro lado do Mirante, fica a chamada Praia de Matinhos. Saí da Praia e fui conhecer o centrinho da cidade e acabei conseguindo comprar uma palmilha nova para meu tênis. Depois voltei tudo a pé mais uma vez. 

Praia de Matinhos
Acho que só nesse dia caminhei uns 15km entre idas e vindas pelas praias. Tinham me falado muito mal das praias do Litoral do Paraná. Entendi que fora Matinhos as praias são todas um retão de areia e mar.  Mas para quem é do RS isso não surpreende já que todas as praias do RS (exceto Torres) são assim e pior, com mar chocolatão em vez desse mar azul do Paraná.
Assim tranquila, com sol e fora de temporada Matinhos é uma delícia! Adorei!

Voltei para o camping um pouco antes de o sol se por, fiz um lanche, lavei umas roupas, fiquei curtindo o local enquanto arrumava minhas coisas e ouvia a algazarra dos passarinhos. 

Fim de tarde no Litoral Camping
De noite me  conectei e trabalhei mais um pouco e depois me joguei no meu isolante! Ô felicidade ter um isolante onde se jogar!


Longe de ser um ótimo guia, mas quebra um bom galho!

19 de fevereiro de 2013

De volta ao continente

Mais um dia de muito calor... Acordei pulei para fora da barraca e fiquei fazendo horário para sair para conhecer mais campings. Passei a manhã visitando alguns ali na Nova Brasília e no Farol. Uma pena que vários que visitei não havia ninguém para me receber na hora e acabei não podendo conhecer. Depois almocei pelo camping mesmo e me pus a organizar tudo para ir embora. Minha ideia era pegar o barco que saia para Pontal Sul às 14h, mas quando fui me despedir do pessoal do camping que eu estava, o Billy Mar, o casal começou a querer conversar mais e mais e fazer perguntas interessados em mim e no meu trabalho. Não pude evitar de me alongar na conversa e acabei pegando o barco uma hora depois.



A princípio eu deveria ficar em Pontal Sul nessa noite, desembarquei  e parei no ponto de taxi para perguntar onde ficava o endereço do camping que eu queria ir. Era longe, me disse o taxista. Perguntei quanto ele cobraria para me levar. Ele disse  “por R$10 te deixo lá no camping”. Eu disse “só tenho R$8, pode ser?”. Ele fez cara feia e concordou.
Beleza o taxi estacionou em frente ao camping, era mesmo meio longinho, valeu ter pego o taxo com aquele calor. Não havia ninguém no local. O taxista insistiu que conhecia o proprietário e que ali funcionava sim um camping. Buzinamos e tudo mais e nada...
Conversei rapidamente sobre outros campings que poderiam haver por ali, mas ele não sabia de mais nada. Assim ele acabou me largando na rodoviária. Depois de uma volta enorme, acabei só pagando os R$8. Ele mesmo sugeriu me deixar na rodoviária e não falamos mais em preço. Mas a corrida que teria dado uns R$15 no mínimo, ficou pelos R$8 mesmo.
Me informei e descobri que em seguida passaria um bus para Matinhos, que seria um destino futuro. Comprei uma coca estourando de gelada para aplacar o calor e a sede e em menos de 10 minutos eu estava no bus para Matinhos. O problema agora era outro: onde eu ia descer do bus e onde ia ficar em Matinhos.

Sabia que tinha um camping por lá, mas as informações estavam no netbook e ele estava sem bateria (que ótimo!). Liguei a internet do celular (sorte que a TIM tem funcionado absurdamente bem aqui pelo litoral) digitei no Google: Camping Matinhos e logo cai nas informações de um dos campings que eu lembrava que estava na minha lista: Litoral camping.
Pelo celular ainda consegui pegar o endereço e um ponto de referência: ele ficava ao lado do Fórum. Perguntei para a cobradora se ela sabia onde era o fórum e podia me indicar onde descer. Ouvi um sonoro “Sim, sei. Eu te aviso quando for a parada.”
E quando foi e eu desci, olhei para o lado e vi, nada mais nada menos que uma placa enorme: Litoral Camping, 3 quadras. Eu estava a três quadras do meu próximo camping, não podia ter melhor notícia!



Cheguei e a pessoa responsável não estava ali no momento, mas o sr.  que cuida do bar disse que eu podia entrar e colocar minha barraca e conversar com ele depois. O O camping estava bem vazio, mas tinha mais alguns campistas. Escolhi um ótimo lugar e mais uma vez montei minha barraca, sobre a areia, debaixo de algumas árvores e com um ponto de energia ao lado.
Sai para passear pela praia, comer alguma coisa, conhecer as redondezas e quando voltei conversei com o proprietário. Fui super bem recebida e para minha alegria esse foi o primeiro camping que visitei que quando disse que eu trabalhava no Site FuiAcampar ele disse que já conhecia o site e já nos seguia no facebook! Nossa... Muita felicidade com isso!
Com internet free no camping agora estou colocando as coisas em ordem e já aproveitei para escrever o post. Enquanto escrevo esse post vários gambás circulam tranquilamente ao meu redor. Tem um bem, bem pequeno, mas que anda sozinho por aí e pelo menos mais dois maiores. São umas gracinhas... Tomara que não me incomodem de noite na barraca!
Camping show de bola!

18 de fevereiro de 2013

Pela Ilha do Mel

No dia seguinte meu principal objetivo era encontrar uma internet, me conectar e resolver todas as coisas que estavam se acumulando desde o carnaval, já que nos dias anteriores o máximo de internet que eu tinha conseguido era pelo celular e daí, não rola de ficar trabalhando, respondendo e-mails, postando, etc.

Passei a manhã e parte da tarde em frente a um computador, afinal não se vive só de viajar, é preciso manter tudo funcionando ou pelo menos tentar! Depois circulei pelo centrinho e voltei para Nova Brasília (onde fica meu camping) e fiquei por lá, pela praia, aguardando o temporal que prometia chegar mais cedo que o normal.


Sem grandes peripércias, dormi cedo e acordei cedo no dia seguinte.

Hoje o objetivo era fazer a trilha até Encantadas (passando pelo Farol) e conhecendo todos os campings que encontrasse pelo caminho. Sai relativamente cedo e o sol já mostrava o quanto seria forte. Meu primeiro destino foi a o Farol. Para chegar lá em cima do morro uma escadinha básica.




De lá segui rumo ao sul passando pela praia de fora, contornando o Morro do Joaquim e caminhando por toda extensão da praia grande. No final dela tinha que passar por cima de umas rochas, nada muito complicado, mas me lembrou meu amigo Jorge que fez comigo uma espécie de iniciação no Parkour. Passadas as rochas segui caminhando até o final da deserta praia do Miguel.





Subi e desci o Morro do sabão e estava na Praia de Fora! Nessa hora o sol tava pegando violentamente e torrando os neurônios. Hora de uma parada para o banho de mar!

Muito engraçado que antes de sair da praia, rumo a encantadas tem uma placa dizendo "praça de alimentação" como se ali fosse um shopping. hehehe



Antes de ir para a praia de Encantadas, que era meu destino final, ainda dei uma passada na Gruta de Encantadas. Eu não estava com muitas expectativas porque a Carla tinha me dito que não era nada de mais... Que bobinha a Carla! A gruta é linda e enorme! Adorei o lugar, fiquei com vontade de deitar e dormir lá dentro na sombrinha, como estavam fazendo outros turistas.



Saindo da Gruta sim, fui direto para a praia de Encantadas!

Essa caminhada toda (de Brasília ao Farol e do Farol a Encantadas) demorou várias horas, não que seja muito longa, mas fui parando em todos os campings ao longo do caminho por isso acabei chegando em encantadas já depois do meio dia.

Cheguei sentei em uma sombra, me hidratei e descansei um pouco antes de ir conhecer mais campings. Achei que eu ia tomar banho de mar lá, mas o mar não estava próprio para banho e o último barco para voltar para Brasilia saia às 17h, ou seja, eu nem tinha temo "sobrando". Quando peguei o barco de volta para casa eu era a unica passageira. Me deitei na parte de trás e curti a viagem de volta, só relaxando.






O dia foi ótimo! Mas longo e cansativo. O sol estava de matar e essa caminhada pela praia não oferece locais para se esconder dele.

Fiquei com muita pena de não ter mais tempo para conhecer e desfrutar de cada uma das praias. Algumas acabei apenas fazendo uma rápida passagem já que os campings já consumiam boa parte do tempo.

 

Amanhã de manhã vou fazer mais alguns campings e depois do almoço me toco para o litoral no continente. Não sei ainda onde vou parar... vemos isso amanhã!



16 de fevereiro de 2013

Peripércias rumo à Ilha do Mel


Às 5h da matina toca meu despertador. Eu tinha que organizar tudo na mochila, desmontar a barraca e estar junto ao píer às 6h20. Desliguei o despertador, abri a porta da barraca: ainda era noite fechada. Olhei para o céu e fui presenteada com um dos céus mais lindos e estrelados que já vi. Mais uma vez agradeci à mim mesma por me ter levado, com meus próprios pés, até ali (mas dei uma agradecida também para o São Pedro lá em cima, por ter tirado as nuvens do céu e me permitido ver aquele zilhão de estrelas). Minha vontade era colocar o isolante térmico para fora da barraca, deitar na areia e ficar curtindo o céu estrelado, mas eu tinha horário marcado: o barqueiro tinha me dito “até te levo, mas tu tem que estar aqui, pronta, às 06h25” Eu respondi dizendo que às 6h20 estaria lá.


Indo pegar o barco, aos primeiros sinais de luminosidade

Eu tinha previsto que demoraria um pouco acima do normal para arrumar tudo, por que tinham dois fatores complicantes: o fato de que era de noite e eu teria que fazer tudo só com uma lanterna e porque a barraca estava ainda bem molhada e cheia de areia por dentro e por fora. Mas, com um tempo absurdamente bem calculado, sem sobrar nem faltar tempo, às 6h17 eu estava no local combinado com o barqueiro.
Caminhei pela praia do meu camping até o píer e estava começando a surgir os primeiros sinais de luminosidade no horizonte. Apesar do horário já se podia ver, caminhando pela praia, alguns pescadores que começavam a preparar os barcos para mais uma rotina diária. Era escuro ainda, não dava para identificar os rostos mas, cerimoniosamente, todos que passaram por mim me fizeram um sinal com a cabeça quase desejando “boa viagem, volte logo” ou pelo menos foi assim que eu interpretei.

Com apenas alguns minutos de atraso saímos eu e o barqueiro em direção à Ilha do Mel. Nessa hora a luminosidade tinha aumentando e apesar de o sol ainda não ter aparecido, a água estava coberta de uma cor dourada difícil explicar. O barco era uma “voadeira” que navegava rápido, picando em cada onda. Eu estava feliz e triste ao mesmo tempo. Não queria ter ido embora de Superagui, mas era preciso seguir para um novo destino. Estava justamente pensando nisso, que a viagem sempre precisava prosseguir, quando um boto apareceu a cerca de 20m do barco e depois mais outros. Talvez fosse um sinal, ou apenas mais um feliz capricho da natureza. Andando rápido sobre as águas em cerca de 20 minutos eu estava na Ilha do Mel.

Desembarcando na Ilha do Mel

Aguardando o Sol Nascer na Ilha do Mel

O combinado é que o barqueiro me deixaria no Forte. Eu pouco sabia sobre a geografia da ilha, mas disse que não importava, o que importava era estar na Ilha, lá eu me virava.
Junto ao forte havia algumas poucas casas, todas fechadas já que não era ainda 7h. Sentei por ali e fiquei aguardando o sol nascer e aparecer alguém para eu descobrir como chegar até a praia do Farol ou Brasília. Esperei o sol nascer simplesmente observando e curtindo o momento (quantas vezes no dia-a-dia vemos o sol nascer?) e depois fui em busca de alguém que pudesse me dar informações. Em uma pousada que estava começando a se preparar para o café da manhã descobri a informação que precisava e ainda descolei uns pães caseiros para o café da manhã.
Mas a informação que eu precisava era a pior possível, eu precisaria caminhar 4km até o “centrinho” da ilha onde ficavam os campings. Isso definitivamente não seria um problema não fossem 4 fatores: a sola dos meus pés estavam machucadas e extremamente sensíveis, meu dedo do pé continuava machucado e doendo sempre que eu caminhava, a mochila estava muito pesada (para mim) e o pior de tudo, devido ao fato de eu estar “magra demais” a barrigueira da mochila, mesmo no mínimo do ajuste ficava solta, fazendo com que todo o peso fique praticamente só nos ombros (daí é foda!). Quando eu coloquei a mochila lá em Porto Alegre antes de sair de casa percebi que isso seria um problema que eu enfrentaria ao longo dessa viagem, só não sabia quando, até agora.

Sabia que essa caminhada de 4km seria exaustiva. Olhei para meu destino no final da praia e dividi a caminhada em quatro partes com 3 momentos de parada e descanso. Cheguei na primeira “meta” com costas e pés doendo. Sentei em um saco de areia que tinha na beira da praia tirei a mochila a papete e aliviei os pés no mar. A sola dos pés ardia inteira e o geladinho do mar dava um conforto gostoso, ainda que temporário. Alonguei as costas e quando fui colocar de novo a mochila, logo ali do meu lado, na sombra, debaixo de um trapiche, um bicho marrom se mexeu, rapidamente pensei ser um cachorro, mas olhei com mais cuidado e era um lobo marinho! Isso mesmo, um lobo marinho na Ilha do Mel! Estava logo ao meu lado e ficava olhando meus movimentos. Era um filhote, estava com o pelo todo machucado e provavelmente estava ali há dias. Sentei do lado dele e conversei um pouco. Ele ficava me olhando com cara de cachorro pidão. Mas não tinha muito o que eu pudesse fazer por ele. Disse que ia embora, me levantei e fui colocar o calçado e a mochila. De repente, quando olho de novo, ele estava em pé (de quatro, digamos) descendo do lugar que ele estava até a areia da praia. Pensei que pelo menos ele não estava tão mal assim. Falei que eu realmente precisava ir embora . Ele ficou me olhando e eu fui, segui pela praia, afinal ainda tinha alguns kms para caminhar e o sol estava cada vez mais forte.



Sem mais tantas peripércias cheguei  à praia do farol cansada a dolorida, mas viva! No final ainda acabei indo acampar na vila Brasília e encarei mais uma caminhadinha de 1km que não tava prevista. Acabei optando pelo camping Billly Mar, onde fui extremamente bem recebida.  O camping é simples, apenas um terreno junto à casa do seu Pedro, mas tem banheiros ótimos, limpos e uma cozinha ótima também. Não vou ter a regalia de estar de frente para a praia, mas vou ter o conforto de uma cozinha com mesa onde posso ficar à vontade e trabalhar.
Passei o resto da manhã tentando secar e tirar a areia da barraca e de TODAS as minhas coisas. Tinha areia por tudo! Eu tentei tirar o máximo que pude. Mas a verdade é que ainda tem areia! Tenho a impressão de que sempre terá areia, ela parece ter um apego especial por mim, nunca me abandona. Enfim, estendi as roupas molhadas em função da tempestade de ontem e coloquei, de novo, mais uma vez, novamente, o meu tênis para secar.

Depois passei praticamente toda a tarde sentada em um restaurante na praia, em uma espécie de quiosque de frente para o mar. Sentindo o vento e trabalhando com textos no computador, já que pelo temporal de ontem toda ilha está sem internet. Apesar da falta de internet, foi o melhor escritório que já trabalhei até hoje. No final do dia, para seguir à tradição veio mais um temporal. Esse foi forte, mas rápido.



Minha relação com o Sr. Siri - parte 4


Ontem à noite antes de ir para barraca percebi uma nova toca há uns 2m de distância dos fundos da barraca. Não sei s era a nova toca dele, ou era de outro siri. Fiquei de olho para ver se aparecia algum morador, mas nada. Apesar de parecer ter sido recém cavada parecia também desabitada.
Acabei indo embora sem me despedir do Sr. Siri.

Uma pena... vou sentir saudade de nossas conversas noturnas, antes de dormir, nas noites na praia de Superagui.

15 de fevereiro de 2013

Na trilha, mas com tempestade


Durante a parte da manhã meu objetivo era único: visitar "oficialmente" todos os campings da Ilha para inventariar para o site FuiAcampar. Como são todos praticamente um ao lado do outro e todos possuem estrutura bastante simples, não demorei muito e no início da tarde tinha " terminado o trabalho".

O outro objetivo era fazer a trilha que não consegui finalizar no dia anterior.
Depois de ficar maior tempão fazendo hora para não pegar a trilha no pior horário do sol (o sol tava implacável) perto das 17h resolvi me organizar para ir. Peguei a mochila de ataque, água, protetor solar, repelente, lanterna e antes de partir olhei apara o horizonte e vi que não muito distante uma tempestade se aproximava.
É... talvez eu tivesse me enrolado demais tomando banho de mar, mas não existia nenhuma chance de a tempestade não chegar, e não existia nenhuma chance de eu não fazer a trilha, conclusão: eu ia me molhar. Se eu quisesse eu podia ter pego uma carona depois do almoço para a Ilha do Mel e só não peguei  para fazer a trilha. O objetivo era simples chegar até o final da trilha, na praia deserta. E já comecei  a trilha preparada para voltar encharcada.



Fiz toda a trilha em cerca de 50 minutos, sempre ouvindo trovões distantes e sentindo o vento de chuva que se aproximava mas, entre as árvores, não dava para ter uma certeza de o quanto perto ela estava e com qual rapidez se aproximava. Quando cheguei no final dela, na vastidão da praia deserta olhei para o horizonte e vi as duas tempestade, sim, eram duas! 



Uma paralela à outra, uma vindo pelo mar e outra pelo continente, mas a que me atingiria em menos de 20 minutos era a do continente. Nessa altura o vento já estava forte e os trovões eram um barulho constante no céu. Alguém tinha enfurecido São Pedro. A coisa ia ser feia, ou linda dependendo do ponto de vista.

Mas do meu ponto de vista, em meio à trilha, foi sobretudo assustador!
O plano inicial ir pela trilha e retornar pela praia. Mas com a tempestade e praticamente em cima da minha cabeça a possibilidade de voltar pela praia foi sensatamente abandonada. O negócio era voltar pela trilha e o mais rápido possível!
Resolvi então fazer algo inédito para mim, até então. Resolvi voltar correndo! Isso mesmo porque não? A oportunidade faz o ladrão e a tempestade faz uma corrida de aventura pela primeira vez! Ajustei a mochila nas costas para não ficar balançando e corri pela trilha, como se  estivesse simplesmente correndo normalmente, no mesmo ritmo que faço minhas corridas. Logo descobri que correndo o corpo precisa se preocupar com outras coisas eu não dava tanta atenção à tempestade.  Isso era bom!


Mas quando eu estava na metade da volta não teve jeito, o céu se fechou totalmente, ficou absurdamente escuro dentro do mato e os trovões e raios explodiam por toda parte. A chuva intensa chegou com muito vento e era tanta água que eu mal conseguia manter os olhos abertos. Isso foi assustador. Durante cerca de 30 segundos desejei não estar ali, naquele local, debaixo daquela chuva e sozinha. Mas isso logo passou e encarei como uma experiência única que precisava ser vivida. E uma coisa era fato: não havia mais nada que eu pudesse fazer além de caminhar sempre e para frente até o final da trilha e da tempestade. E foi isso que fiz. Além disso fiz também uma filmagem (ridícula) desse momento, porque precisava registrar e nunca mais esquecer essa aventura. Depois de uns 20 minutos debaixo da tempestade aconteceu o inevitável: a chuva diminuiu e eu cheguei  ao inicio da trilha, na vila.

Encharcada dos pés à cabeça, quando entrei no camping a Tia Mari, me aguardava na porta da casa, preocupada comigo, super querida! Ainda molhada sentei no degrau da casa e pedi para a Tia Mari me preparar um pastel de camarão. Comi vendo o sol atravessar o horizonte por entre as nuvens da tempestade e as montanhas da região serrana do Paraná.




Tomei um banho frio (após a tempestade a Ilha toda ficou sem energia) e fui acertar com o barqueiro que ia me levar para a llha do Mel no dia seguinte; apesar de querer ficar mais tempo na ilha, minha meta estava atingida e precisava ir adiante. Depois do barqueiro passei no Bar do Carioca para me despedir da Val e do Fernando, grandes amigos e companheiros de aventuras. Eles ainda me levaram até meu camping fizemos nossa foto final de despedida. No dia seguinte eles iriam retornar a Guaraqueçaba e de lá para Maringá. Dei um abraço neles e entrei na barraca.


Obs1: fiquei sabendo, por alguém que ficou sabendo, que o Papa pediu para sair. Sério isso?
Obs2: fiquei sabendo, por alguém que ficou sabendo, que tinha caído um asteroide na Austrália e que 1000 pessoas tinham morrido. Mas depois fiquei sabendo que não era na Austrália e sim  “pela Rússia” e que ninguém tinha morrido! Hahaha quem conta um conto aumenta um ponto. Imagina por quantas pessoas essa história passou antes de chegar até mim.
É, a gente viaja , mas o mundo lá fora não para! O Papa, hein? Quem diria... 

Minha relação com o Sr. Siri - parte 3


Ontem teve um temporal medonho aqui em Superagui. Foi de noite, eu me recolhi para dentro da barraca esperando a tormenta passar e enquanto estava lá, a salvo do vento e da chuva, ficava pensando em oferecer abrigo ao Sr. Siri debaixo na minha lona, mas  acabei não oferecendo pois achei que ele poderia se sentir ofendido já que possui uma ótima autonomia para fazer e cuidar de sua toca. Hoje de manhã, passado o temporal, quando abro a barraca logo percebo que o Sr. Siri não estava mais lá. Sua toca havia sido destruída pela chuva e o buraco simplesmente não existia mais! Fiquei pensando no drama que o Sr. Siri deve ter passado durante a noite enquanto sua casa estava sendo destruída.
Não vi mais meu amigo.

14 de fevereiro de 2013

Resistindo à tempestade


De noite depois de um belo por do sol começou a se armar no continente um temporal tamanho fenomenal e ao que tudo indicava ele provalmente logo chegaria à ilha. Estiquei toda a barraca, coloquei um espeques a mais, entrei para a barraca e me preparei  para a tormenta.
Foi nada mais, nada menos que assustador! A Ilha ficou toda sem luz. Eram raios, trovões e um vento devastador, me sentia no dentro de um tufão. A barraca tremia inteira! Não fiz muito que ficar aqui quieta torcendo para a barraca aguentar e para a tempestade passar e conversando no facebook pelo celular, que foi bastante reconfortante, afinal, apesar de totalmente sozinha, eu não estava tão sozinha assim. Gosto disso.

Agora o pior da tempestade já passou e a barraca resistiu MUITO bem! Fiquei feliz e confiante de que essa parceira é mesmo parceira, até debaixo d´água.
Escrevo esse post aqui dentro, sentada apenas ouvindo a chuva que ainda cai forte lá fora. Boa noite...

Minha relação com o Sr. Siri - parte 2


Bom mesmo quando se está acampando é ter um siri parceiro, que fica o tempo inteiro atento ao que eu falo. Não importa o assunto que eu converse, ele fica olhando, passa a pinça no olho às vezes, entra na toca eventualmente quando o assunto fica chato. Mas ele sempre volta.
E quando vou dormir digo: Boa noite Sr. Siri.

Curtindo Superagui

Acordei e de manhã sai para caminha pela vila da comunidade de superagui pois até então teu tinha ficado apenas pela praia. A vila é muito simples, rústica, não há ruas apenas umas ruelas de areia que serpenteiam entre casas de pescadores, igrejas, mercadinhos, barzinhos, campings: tudo simples. As crianças soltas caminham e brincam por toda parte e os adultos, simpáticos cumprimentam até os forasteiros que passam.


Sabia que caminhando pela comunidade eu encontraria a trilha que leva à Praia Deserta. Não lembrava exatamente qual o tamanho dela e resolvi ir percorrendo. Mas o tempo foi passando e a trilha continuava. E eu não estava preparada para fazer ela: estava de chinelo, sem água, sem protetor solar e sem repelente. Caminhei mais um pouco e encontre a Val e i Fernando voltando de bike pela trilha. Eles me falaram que ainda faltava bastante. A princípio tinha pensado em continuar, mas acabei desistindo. Eu não queria desistir, mas depois ainda teria que voltar tudo, e estava sem água, naquele calorão. Resolvi voltar mas com a promessa de fazer a trilha no dia seguinte.




Voltei para o camping em um horário que o calor era insuportável, daí aproveitei o solaço e fui para o tangue lavar todas as roupas que eu tinha sujas. Com aquele sol ia secar rapidinho. Depois montei meu escritório junto à barraca e aproveitei para organizar fotos e fazer alguns textos, já que com aquele calor não dava para ficar caminhando pela ilha.